Dólar sobe para R$ 5,41, de olho no Copom e na política fiscal do governo Lula

                     

O dólar começou a semana pressionado pelas perspectivas em torno da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nesta terça e quarta-feiras, e também de olho na condução da política fiscal do governo Lula. Junta-se a isso um movimento externo em relação à divisa americana e dados de atividade na China aquém das projeções do mercado. Nesta manhã de ontem, a moeda sobe 0,5%, cotado em R$ 5,41, após bater R$ 5,43. O Ibovespa, principal índice da B3, caiu 0,41%, para 119.175 pontos.

A cotação refletiu as revisões vindas do Boletim Focus, do Banco Central, divulgados no início da manhã. Em meio ao processo de desancoragem das expectativas de inflação e ao impasse de Lula na condução da política fiscal, o mercado elevou a projeção da Selic para 2024 para 10,50% ao ano, de 10,25% da última semana. Há um mês, o patamar era de 10,00%.

O mercado também opera na defensiva, à espera de algum anúncio de medidas de redução nas despesas públicas prometidas pelo governo, refletindo o ceticismo dos investidores com o compromisso de Brasília com o ajuste nas contas públicas.

Investidores locais reiteram que a movimentação do governo Lula em busca de revisão de despesas não dissipa a desconfiança no mercado sobre a execução das metas do arcabouço fiscal. Eles aguardam informações da reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com os ministros que compõem a Junta de Execução Orçamentária. A expectativa é de que um corte de despesas entre na pauta do encontro em busca do equilíbrio fiscal neste e no próximo ano.

No cenário externo, dados sobre a atividade industrial dos Estados Unidos mais forte que o esperado indicaram resiliência da economia e uma postura mais rígida do Fed na política monetária por mais tempo neste ano, colocando em dúvida um possível corte de juros em setembro.

Para completar o rol de notícias, na China, dados divergentes renovam esperança de retomada da demanda doméstica, mas apontam fraqueza persistente do setor imobiliário e desaceleração da produção industrial. Ontem, o BC chinês manteve as taxas de médio prazo inalteradas.

As vendas do varejo na China vieram bem acima do esperado, mas a produção industrial desacelerou e dados de vendas e preços de novas moradias tiveram tombo maior que o esperado. Para a Julius Baer, o quadro da atividade somado ao enfraquecimento da demanda por crédito simbolizam uma demanda doméstica ainda fraca no país, o que deve pesar sobre o PIB no segundo trimestre e levar a crescimento anual de 4,8%.


Fonte: Agência Estado
Foto: REUTERS/Mohamed Abd El Ghany/Direitos Reservados
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