PIB baiano cresce 2,9% no primeiro trimestre do ano


Por Livia Veiga

A recuperação de crédito por parte dos consumidores é um fator que explica o crescimento econômico da Bahia no primeiro trimestre de 2024, medido pelo Produto Interno Bruto (PIB), que avançou 2,9% em comparação ao mesmo período do ano anterior e 0,9%, frente ao 4º trimestre de 2023 – eliminadas as variações sazonais. De acordo com o diretor de Indicadores e Estatística da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), Armando Castro, o crescimento da renda média do trabalhador, associado aos efeitos do programa Desenrola, impulsionou o consumo e influenciou na alta de 6,1% do comércio baiano, no primeiro trimestre.

Dados da SEI revelam que nos três primeiros meses do ano, o PIB baiano totalizou R$ 122,9 bilhões, sendo R$ 108,6 bilhões referentes ao Valor Adicionado (VA) e R$ 14,3 bilhões relativos aos impostos arrecadados no período. Como explica João Paulo Caetano, coordenador de Contas Regionais e Finanças Públicas da SEI, o indicador de valor adicionado corresponde ao quanto cada uma atividade cresceu no período analisado.

“Assim, quando falamos em valor adicionado da indústria, comercio, agropecuária nos referimos ao crescimento do valor de produção das atividades e setores econômicos. Já os impostos, corresponde a tudo o que foi arrecadado de tributos no mesmo período. Assim, quando somamos impostos e valor adicionado temos o resultado geral do PIB”, detalha. Ainda segundo o órgão público, no que diz respeito aos grandes setores, a agropecuária apresentou valor adicionado de R$ 4,3 bilhões, a indústria R$ 33,8 bilhões e os serviços R$ 70,5 bilhões.

No entanto, quando analisada a decomposição desse crescimento entre Valor Adicionado e Impostos, em comparação com 2023, a agropecuária apresenta uma queda de 4,7%, que observou menor quantidade produzida nas principais culturas colhidas no 1º trimestre do ano. “A queda do valor adicionado da agropecuária está relacionada à retração na produção de algumas importantes culturas: feijão, milho, laranja, mandioca. No caso do milho e do feijão, essa redução foi determinada pela menor área destinada ao cultivo dessas culturas”, afirma Caetano.

Quanto aos demais setores, a taxa positiva do setor industrial (+3,1%) foi proveniente das altas nas atividades das indústrias de Transformação (+3,6%), da Extrativa mineral (+16,3%) e Construção Civil (+2,1%), que juntas representam mais de 80% da indústria baiana. Por outro lado, a atividade de produção e distribuição de Eletricidade e gás, água, esgoto retrai 3,2%, em função da menor quantidade gerada nas fontes hidrelétricas; assim como a atividade Transportes, que registrou queda de 1,9%.

Segundo Caetano, os resultados mostram uma economia em expansão, com as atividades econômicas estão operando no mesmo nível ou acima do nível observado antes da pandemia. “Se analisarmos somente os fatores econômicos relativos à produção, existe a perspectiva de que mantenhamos esse nível de crescimento tanto na Bahia quanto no Brasil, sobretudo se considerarmos os estímulos dados pelo governo federal, a exemplo do Desenrola e ações do novo PAC”, destaca.

Porém, o coordenador de Contas Regionais e Finanças Públicas da SEI alerta para fatores que podem representar desafios para a economia. “Não podemos desprezar elementos externos que podem afetar, sobretudo de forma negativa, a trajetória de crescimento: instabilidade nas economias mundiais, elevação do dólar frente o real, instabilidade nas finanças públicas nacionais, dentre outros eventos que atuam de forma a minorar o nível de expansão econômica”, completa.


Fonte: Tribuna da Bahia
Foto: Jorge Magalhaes

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