Mais de 7,5 milhões de brasileiros possuem seguros contra roubos e furtos de smartphones
Por Livia Veiga
O mercado de seguros de celulares cresce no Brasil. De acordo com a Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), cerca de 2.880 celulares são furtados ou roubados por dia no país e, para minimizar os prejuízos, mais de 7,5 milhões de brasileiros possuem, atualmente, seguro para os seus aparelhos, o que movimenta mais de R$ 7,5 bilhões por ano em arrecadação (volume de prêmios).
Os números levantados pela FenSeg, junto às maiores seguradoras que oferecem este tipo de seguro, apontam ainda que do total de proprietários de celulares segurados no país, em torno de 1 milhão acionam o seguro para ressarcir algum sinistro. Esse volume representa R$ 1 bilhão pago pelas seguradoras a seus clientes por ano.
Ainda de acordo com a entidade, o seguro custa, em média, de 20% a 25% do valor do aparelho, o que corresponde ao prêmio pago pelo segurado. As coberturas mais contratadas são a proteção contra roubo e furto qualificado e danos acidentais.
Segundo Carlos Eduardo Silva, membro da Comissão de Seguro Gerais Afinidades da FenSeg, atualmente, o aparelho celular não é somente uma ferramenta de comunicação, mas uma ferramenta de trabalho, logística, acesso a instituições financeiras e até entretenimento. “Dado esta relevância do aparelho celular, o seguro para este bem se torna de grande relevância para o mercado segurador, e não é somente porque traz tranquilidade financeira ao segurado evitando o desequilíbrio no orçamento pessoal em caso de furto, roubo ou dano acidental do aparelho celular, mas também por ser uma porta de entrada ao mercado segurador para clientes de qualquer classe social”, detalha.
Como explica o especialista em segurança, Alan Fernandes, os smartphones passaram a ter uma dimensão maior na vida das pessoas, pois não se trata apenas do aparelho, mas do valor agregado desse bem. Ele alerta que os aparelhos armazenam informações muito relevantes e valiosas nas mãos de terceiros.
No Brasil, quase três mil celulares são roubados ou furtados diariamente | Foto: Divulgação SSP
Questão de segurança
Dados da Polícia Civil da Bahia revelam um cenário alarmante quanto a esses tipos de crime. No ano passado, foram 30.406 celulares furtados e 51.675 roubados no estado; enquanto nos três primeiros meses deste ano, já são 8.247 furtos e 10.752 roubos deste tipo de aparelho. Este volume de ocorrências, portanto, além de impulsionar o mercado de seguros, exige a adoção de medidas de segurança.Secretaria da Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) lançou, no início do ano, o portal Alerta Cidadão (alertacidadao.ssp.ba.gov.br), que permite o cadastro de celulares (além de veículos e bicicletas) no CPF do seu proprietário. Em caso de furto ou roubo, a vítima pode gerar um alerta, tendo até 48 horas para realizar o Boletim de Ocorrência. O portal possibilitará ainda a devolução dos equipamentos recuperados em ações policiais.
Outra ferramenta é a disponibilizada pelo programa Celular Seguro, do governo federal. A partir da sinalização no aplicativo ou site, de furto, roubo ou perda, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) boqueia o celular, através do IMEI, assim como as instituições bancárias e financeiras, que aderiram ao projeto, fazem o bloqueio das contas.
Até a tarde desta segunda-feira (22), cerca de 1,9 milhões de usuários e de 1,5 milhões de telefones estavam cadastrados Celular Seguro. Segundo o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), até então, já haviam sido disparados 43 mil alertas de bloqueio através da ferramenta, 3.509 deles na Bahia.
“O Celular Seguro é um botão de emergência que deve ser acionado toda vez que uma pessoa tenha o celular furtado, roubado ou extraviado. A ferramenta protege os dados e acessos bancários via celular, reduzindo o risco de golpes. Também foi idealizado para que o crime de furto e roubo de celular se torne menos atrativo, já que o aparelho fica inutilizado”, detalha o MJSP.
Fernandes destaca outras modalidades de seguro, como a das redes bancárias, para proteção dos dados dos usuários. Isso porque, quando os aparelhos são subtraídos por pessoas que são capazes de desbloquear as configurações de segurança e alcançar os dados, as eventuais perdas podem ser significativas.
“Esse é um crime que tem se agravado muito, pelo valor do bem e pelo valor agregado, o que não afasta que as pessoas tenham cuidado com as ferramentas de segurança que são disponibilizadas pelo aparelho”, alerta o especialista. Ele orienta o uso da identificação facial ou biométrica, além de cuidados mais simples, como separar senhas do próprio aparelho e evitar manusear o celular em local público.
Fonte: Tribuna da Bahia