Não apenas o Irã está em foco; os conflitos entre Israel e Hamas intensificam-se, elevando diariamente o número de vítimas. Além disso, o Iêmen se juntou ao cenário de tensões, com os rebeldes Houthis atacando embarcações no Mar Vermelho.
A repercussão imediata desses eventos leva a questionamentos sobre o preço do barril de petróleo, dado que a região é lar dos principais produtores mundiais. Na sexta-feira (5), às 10 horas, o petróleo WTI registrava aumento de 1,03%, enquanto o Brent apresentava elevação de 0,70%. Contudo, até as 16 horas, esses números já haviam se alterado para 2,44% e 1,71%, respectivamente.
Apesar das instabilidades, os Estados Unidos, líderes globais em produção de petróleo, têm intensificado sua produção, alcançando um pico de 4,5 milhões de barris diários. Analistas do Bank of America preveem que o preço do petróleo Brent possa alcançar uma média de 80 dólares por barril em 2024, frente aos atuais 78,81 dólares. A volatilidade, contudo, deve persistir, influenciada por fatores geopolíticos e políticas da OPEP.
Rafael Passos, da Ajax Asset, apontou ao Money Times que nos últimos cinco anos, a diminuição global de refinarias resultou em uma oferta mais restrita e uma demanda ainda existente. Essa dinâmica, combinada com conflitos geopolíticos, tem contribuído para oscilações nos preços.
No contexto brasileiro, apesar das tensões globais, a expectativa é de estabilidade nos preços dos derivados de petróleo. Passos destaca a flexibilidade da política de preços da Petrobras e os avanços na exploração de óleo, principalmente nas reservas do pré-sal. Para que haja uma significativa influência nos preços, eventos geopolíticos extremos seriam necessários, como agravamentos nos conflitos entre Rússia e Ucrânia ou Israel e Hamas.