Câmeras nas fardas da PM: Carnaval poderá servir como ‘teste’


Ontem, em entrevista à rádio Metrópole, o secretário de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA), Marcelo Werner, afirmou que, caso as primeiras câmeras de segurança para o fardamento de policiais cheguem antes do Carnaval deste ano, elas serão usadas durante a folia como um teste "piloto". 

"Se a gente conseguir colocar alguma no Carnaval para que possa servir de piloto, é importante termos esse teste, para capacitar nosso pessoal, mostrar os pontos positivos do uso daquele equipamento pelas forças de segurança", disse Werner. 

Segundo o responsável pela SSP-BA, a estimativa, no entanto, é que as primeiras câmeras sejam entregues até o início de março. Em dezembro, a pasta firmou contrato para o fornecimento dos equipamentos e deverá receber, este ano, um total de 3.300 câmeras. 

Na ocasião, Marcelo Werner também ressaltou a importância do equipamento como parte do uniforme dos policiais militares. "A gente quer que elas sejam utilizadas para dar transparência, para que possamos proteger o cidadão e o policial de falsas acusações - e para ser utilizada como meio de prova", acrescentou. 

Ainda durante a entrevista, ele abordou as operações contra facções criminosas no estado, que ganharam destaque nacional em 2023. O secretário reconheceu que foi um período com uma "dinâmica diferente" entre esses grupos, mas classificou as ações das forças de segurança do estado no ano passado como "exitosas". 

“Conseguimos ter números exitosos, apesar de um ano desafiador, de uma dinâmica diferente das facções criminosas em nosso estado, e isso não é novidade para ninguém. Até porque eles fazem questão de fazer demonstração ostensiva de arma de fogo, demonstração ostensiva de práticas de terror. Mas, independentemente disso, conseguimos diminuir 6% os crimes letais intencionais, que abrange homicídio, feminicídio e o latrocínio”, revelou. 

Segundo o secretário, ocorreu uma convergência de facções estaduais com uma facção do eixo sudeste, conhecida por adotar confrontos para demarcar território: "Por isso que a gente chegou em um número inadmissível, que são quase 200 policiais mortos ou feridos em ocorrências policiais, e mais de 250 viaturas alvejadas em razão dessa natureza de confronto”. 

“Mas não só isso, o tráfico de drogas é um comércio, então existe também uma disputa grande não só de firmar território, mas também de mercado, e, a partir daí, aumentou-se os confrontos entre essas facções”, pontuou o secretário.  

Werner ressaltou que essa aliança entre facções locais e grupos que controlam o tráfico de drogas no país tem sido observada em diversos estados. No total, 18 laboratórios de drogas foram desmantelados e 33 líderes de organizações criminosas, incluindo alguns que se escondiam em outros estados, foram capturados na Bahia no último ano. 

Ao analisar seu primeiro ano na SSP-BA, Werner destacou a apreensão de armas, informando que o ano passado registrou um recorde de 54 fuzis apreendidos, dentre as mais de 6 mil armas confiscadas.
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