Fim do ano aumenta riscos de golpes na internet

O Décimo terceiro salário está chegando, junto com o período da Black Friday, e a expectativa é que a população vá às compras principalmente com a melhora apresentada na economia este ano e com o retorno dos consumidores ao universo dos créditos após o Programa Desenrola Brasil.

Com uma projeção alta de vendas pelo e-commerce este ano, entidades pedem a todos que estejam atentos na hora de realizar as compras e vendas pela internet.

Isso porque, no Brasil, foram registradas 80 mil pessoas vítimas de golpes online de janeiro a setembro de 2023, causando um prejuízo de mais de R$ 500 milhões. A maior frequência destes crimes ocorre em compras e vendas de celulares, roupas, itens para casas e eletrônicos – uma média de 9 mil golpes por mês.

O estudo foi contratado pela AllowMe, iCarros, Itaú, OLX, Único, Who e Zoop e foi divulgado durante um evento chamado de Semana da Segurança.

Os smartphones são os principais alvos dos golpistas, com 33%. Seguido pelos videogames (24%), computadores (12%), eletrodomésticos (8%) e áudio, TV, vídeo e fotografia (7%).Dos smartphones, os iPhone foram os mais visados (78%). Já os videogames, o campeão de golpes é o Playstation (70%), seguido por Xbox (22%).

Em relação aos automóveis, a região Sudeste lidera (57%), seguida pela região Nordeste (17%). Os modelos mais visados foram: Jeep Compass (18%), Sandero Stepway (9%) e os Ford Ranger, Fiat Toro e Toyota Hillux, cada um com 5%.

O cenário pode ser ainda mais grave, segundo os pesquisadores e muito disso se deve ao fato da população brasileira ser uma das que mais fica exposta aos meios eletrônicos. O aumento d digitalização aumentou a vulnerabilidade das pessoas em transações online.

‘A prática explodiu em todo o mundo, mas nós ficamos mais tempo nas redes sociais, nos aplicativos de comunicação”, afirma o presidente da Comissão de Privacidade, Proteção de Dados e Inteligência Artifical da OAB de São Paulo, Solano de Camargo.

Em 2022, os estelionatos em meio eletrônicos somaram 200.322 ocorrências— um aumento de 65,4% em relação às ocorrências de 2021, de acordo com os dados da17ª edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Tanto o Anuário como a pesquisa encomendada pelas empresas apontam que os homens são as principais vítimas. Conforme o levantamento, 73% das vítimas nesses primeiros nove meses do ano foram homens. A grande maioria (71%) tem até 31 anos de idade. Completando o perfil mais comum das vítimas, 41% dos golpes foram aplicados no estado de São Paulo, líder disparado nesse quesito. A região Sudeste, segundo a pesquisa, foi a que mais teve fraudes aplicadas —seguida da região Sul.

Entre os golpes mais aplicados, estão o 1º – Falso pagamento (54%)
Envio de comprovantes falsos de depósito e boletos de pagamento de lojas falsas. Invasão de conta (22%), que é a aquisição de login e senha dos usuários para realizar compras em seu nome. De janeiro a setembro, ocorreram, em média, duas tentativas de invasão de conta por minuto.

Anúncio falso (21%), quando golpistas anunciam produtos que não existem, solicitam pagamento total ou parcial antes do envio e depois somem.

De acordo com o gerente de projetos na Safernet, Guilherme Alves, existem dois tipos de golpes comuns: o que chamam de engenharia social, que são tentativas dos golpistas de induzir as pessoas a realizarem transações indevidas, pedindo dados, enganando e criando narrativas e a vulnerabilidade de determinados aplicativos. “Em casos de vulnerabilidade de sistema, as instituições devem ser responsabilizadas. Inclusive o Banco Central possui protocolos específicos de investigação de casos desse tipo”.

Ele explica, por exemplo, que a pessoa lesada pode procurar uma delegacia ou até o próprio banco central. “No contexto pix, vimos mudanças para melhorar a segurança nos últimos anos”. Segundo o especialista, o ponto deficitário e que precisa ser ajustado com urgência é a educação dos consumidores, a conscientização e campanhas das instituições com dicas de segurança e alertas. “Isso é o mais deficitário e que precisa ser ajustado”

Já a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) criou um selo de prevenção a fraudes que deve começar a operar até o fim do ano. Segundo a instituição , cerca de R$ 3,5 bilhões serão investidos em segurança da informação e que mantém um site com dicas e orientações para os consumidores.

"A princípio ele vai estar disponível nos canais dos bancos com uma identidade visual. Os clientes vão poder perceber isso no site e auxiliar o cliente na tomada de decisão com que banco ele gostaria de se relacionar. Se aquela oferta for demasiadamente boa para você mesmo acreditar, desconfie que provavelmente é golpe", disse Adriano Volpini, diretor do comitê executivo de prevenção da Febraban.
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