Os colégios particulares da Bahia que tiveram o melhor desempenho no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) têm, além das maiores médias, outro denominador em comum: os altos custos de mensalidade. Um levantamento realizado pela reportagem indica que pais gastam até R$70.626 por ano para que os filhos estudem nas escolas mais bem posicionadas no ranking. Os custos são ainda maiores se a taxa de matrícula, material didático e uniforme entrarem na conta.
Entre os dez colégios mais bem ranqueados no Enem na Bahia, o Anglo-Brasileiro é o que possui a mensalidade mais cara. Neste ano, pais e responsáveis de alunos do terceiro ano desembolsaram R$5.885,52 por mês - valor que ainda será reajustado no próximo ano. O colégio teve a sexta maior média geral no Enem do ano passado, de acordo com o ranking elaborado pela edtech AIO Educação e divulgado na segunda-feira (16) pelo CORREIO.
Fundado em 1993, no bairro Patamares, o Anglo-Brasileiro privilegia o ensino de línguas estrangeiras. Entre o 6º e o 9º ano são oferecidas aulas de inglês, francês, espanhol e mandarim. No terceiro ano do ensino médio, os estudantes têm aulas todos os dias, das 7h às 15h. Apesar de se manter entre os dez com melhor desempenho, o colégio caiu duas posições no ranking entre 2020 e 2022. Há três anos, a média do Enem foi 685,46 - quase 15 pontos a mais do que no ano passado.
De acordo com Débora Guimarães, Diretora do Colégio Anglo-Brasileiro, a mensalidade é justificada pelo número reduzido de alunos por sala. “No 3º ano do Ensino Médio, temos apenas duas turmas com, em média, 20 alunos cada, uma realidade que não vemos em outras escolas da Bahia”, afirma.
A diretora pontua ainda que a característica se aplica a todas as turmas da escola, do 1º ano do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio. “São poucas turmas com poucos alunos em cada uma delas, o que garante uma atenção quase individualizada aos estudantes. Outra característica do Anglo que justifica o investimento mensal das famílias e mostra nosso foco no ensino de excelência, que não fica limitado à preparação para o ENEM e para os vestibulares, é a proporção de professores por alunos: temos sete professores para cada aluno, o que também é incomum na maioria das escolas do Brasil”, destaca.
Sobre a colocação no ranking, a representante do Anglo defende que essa oscilação é natural e esperada porque, a cada ano, os alunos são diferentes. “ Observamos, inclusive, que a diferença na pontuação ano a ano e, também, entre a maioria das escolas do ranking, é muito pequena. Para nós, essa diferença não é representativa. O importante é a estabilidade de estarmos sempre entre as primeiras colocações, desde que o ENEM começou a divulgar os resultados por escola.