Povos originários de diversas partes do país fizeram, desde o início da tarde, uma mobilização contra o Marco Temporal.
Aos 90 anos, o cacique Raoni Metuktire, líder do povo Kayapó e conhecido internacionalmente pela luta por direitos indígenas, foi até o Supremo Tribunal Federal (STF), ontem, para acompanhar o julgamento do Marco Temporal, retomado pela Corte após pedido de vista do ministro André Mendonça.
Mas, pouco antes de Mendonça iniciar seu voto, o líder indígena ainda estava do lado de fora do prédio. A assessoria do cacique informou que ele foi barrado na entrada. Inicialmente, os seguranças não souberam explicar o motivo pelo qual o barraram. Depois, foi informado à imprensa que o cacique se recusou a usar a pulseira de identificação, que permite o acesso ao STF, conforme havia sido acordado entre o Supremo e os movimentos indígenas.
Após uma conversa entre a segurança e os representantes, o cacique foi liberado e entrou no plenário. Nesse momento, Raoni foi ovacionado por militantes, que acampavam na praça dos Três Poderes.
Povos originários de diversas partes do país fizeram, desde o início da tarde, uma mobilização contra o Marco Temporal. De acordo com a tese, indígenas só têm direito às terras que já eram tradicionalmente ocupadas por eles no dia da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.
Em Brasília, o grupo saiu do Museu Nacional da República, por volta das 13h30, em direção ao STF, onde estão reunidos em uma tenda para acompanhar o julgamento. Um grupo de cerca de 60 lideranças acompanha a votação no plenário da Corte.
Fonte: Jornal do brasil