A presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, vereadora Ireuda Silva (Republicanos), expressou revolta com o recente caso de uma mulher que, junto com os filhos, foi vítima de cárcere privado pelo marido durante 28 anos. Ela também sofreu espancamentos, violência psicológica e ameaças de morte. O ciclo de horror terminou na semana passada, após operação da Patrulha Maria da Penha da Guarda Municipal de Juazeiro, no norte da Bahia.
"Cada vez que chega até mim a notícia de um caso como esse, minha conclusão é que o número de mulheres em situação semelhante é muito maior do que pensamos. É uma realidade que se apresenta a partir de um submundo que precisa ser alcançado pelas autoridades. São vidas, famílias sendo privadas de liberdade, de dignidade e direitos básicos por verdadeiros criminosos, que deveriam estar presos. São um risco para a sociedade. Que o criminoso tenha o destino que a lei lhe reserva", assinala Ireuda.
"A luta contra a violência doméstica e o cárcere privado não é apenas responsabilidade das autoridades, mas de todos nós como cidadãos comprometidos com a justiça. Precisamos lutar para fortalecer todas as iniciativas que visam proteger as mulheres em situações de vulnerabilidade", acrescenta.
A republicana também destacou a importância crucial da Guarda Municipal de Juazeiro em resgatar a vítima e reiterou a necessidade de se implantar a Guardiã Maria da Penha na corporação de Salvador, processo que está em andamento. "Na semana passada, o STF reconheceu que a Guarda Municipal integra oficialmente o sistema de segurança pública e tem poder de polícia. Esse fato não só é um reconhecimento da competente atuação das guardas municipais em todo o país, como também reconhece a necessidade de fortalecê-la, ampliando suas funções em diversas frentes, incluindo o combate à violência contra a mulher", pontua.